Faltando cinco
capítulos para o fim de O Sétimo Guardião (esse texto foi escrito
na segunda-feira, dia 13), a novela das 21h da Globo vai embora sem
deixar saudades. Uma trama fraca, sem empatia com o público e que
gerou mais comentários por causa de situações extracampo de alguns
de seus atores.
Aguinaldo Silva, autor
da trama, declarou que o folhetim seria sua volta ao realismo
fantástico. A expectativa era grande, afinal, quem escreveu grandes
novelas da história (Roque Santeiro, Tieta, Pedra Sobre Pedra,
Senhora do Destino e outras) já demonstrou sua competência para
fisgar o telespectador. Mas não foi isso que aconteceu.
O problema é que O
Sétimo Guardião não teve quase nada de realismo nem de fantástico.
A trama central – a fonte protegida por uma irmandade em uma
cidadezinha sem tecnologia alguma – se apresentou rasa, sem
profundidade. Os sete guardiões – ou guardiães – não convenceram o telespectador, e isso foi primordial para a novela não decolar, já
que os sete personagens não geraram empatia com o público. Gabriel
(Bruno Gagliasso) foi insosso a trama inteira. Não teve química com
Luz (Maria Ruy Barbosa). Assim, não houve torcida.
A principal vilã da
novela, Valentina (Lília Cabral), também não gerou comoção junto
às pessoas, como em outras novelas. Frases para virar memes foram o resultado. E só! Muito superficial. O que é uma pena para uma atriz
do quilate de Lília.
O outro vilão da novela, Olavo, talvez tenha sido um dos personagens mais complicados que deram ao grande Tony Ramos: mal aproveitado e de desenvolvimento fraco. Uma pena! E uma novela que deixa Lília e Tony com esses personagens não poderia mesmo dar muito certo.
As tramas paralelas
também se mostraram desinteressantes. Pelo menos, o seu
desenvolvimento. O núcleo de Nicolau e Afrodite (Marcelo Serrado e
Carolina Dieckmann) apresentou apenas um novelo de
preconceitos, que, tratados de maneira convincente, poderia gerar um
debate interessante. Mas não foi para esse lado.
Mirtes: o maior destaque de O Sétimo Guardião. Foto: Globo/ Reprodução
Apesar de ser um trama com realismo fantástico, ou seja, tudo poderia acontecer, O Sétimo Guardião não teve nem um nem outro. A direção também pecou um pouco: em várias cenas, principalmente no casarão de Egídio e Gabriel e na gruta, a escuridão pairava. Muitas vezes não dava nem para ver direito o rosto dos personagens.
Apesar de ser um trama com realismo fantástico, ou seja, tudo poderia acontecer, O Sétimo Guardião não teve nem um nem outro. A direção também pecou um pouco: em várias cenas, principalmente no casarão de Egídio e Gabriel e na gruta, a escuridão pairava. Muitas vezes não dava nem para ver direito o rosto dos personagens.
Indiferença: acho que essa pode ser o resumo da novela. O resultado foi uma
trama sem repercussão nas redes sociais, e no dia a dia, e sem muita audiência: até
a penúltima semana, O Sétimo Guardião acumulava média geral de 29
pontos, abaixo das últimas três antecessoras, acima apenas de
Babilônia, A Lei do Amor e de A Regra do Jogo e empatada com Velho
Chico.
Mas nem tudo foi ruim:
apesar dos pesares, a trama apresentou alguns pontos positivos. O
maior deles, Mirtes. Elizabeth Savalla foi sensacional. E aqui, ponto
para Aguinaldo, que percebeu o poder da personagem e investiu. Tiro
certo!
Judith, vivida pela
também brilhante Isabela Garcia, foi outro destaque. O crescimento
ao longo da trama foi uma resposta à sua atuação. Precisamos de
Isabela mais vezes na telinha.
Lourdes Maria (Bruna
Linzmeyer) foi outra que aproveitou bem o papel. Giulia Gayoso, com
sua maldosa Rivalda, também se destacou. Não se pode esquecer de Nany People e seu Marcos Paulo.
Agora, é esperar pela
A Dona do Pedaço, do incansável Walcyr Carrasco, autor do fenômeno
O Outro Lado do Paraíso. Carrasco sabe fisgar o telespectador com
reviravoltas em suas novelas e, mesmo que tenha um texto muitas vezes
fraco e até vulgar, suas tramas não passam despercebidas: seja na
audiência ou na repercussão.
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