quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Melancolia no Maracanã

A atmosfera dentro de campo estava perfeita para o fim do jejum de 18 anos sem o Flamengo ganhar um título internacional. Mas.....

No primeiro tempo, um jogo bem equilibrado em que o Flamengo, por precisar da vitória, saiu mais para o jogo. Com Lucas Paquetá no lugar de Everton Ribeiro, o time rubro-negro criava mais com boa movimentação do garoto. E Everton poderia ter aberto o placar logo no início, mas perdeu chance incrível e chutou em cima do goleiro. Gol que faria falta.

Após tentativa de infiltrações, o Flamengo achou o gol na bola parada. Diego cobra falta, Juan resvala, Réver toca para dentro da área, e Paquetá empurra para o gol.

Porém, a alegria durou menos de dez minutos, Cuellar provoca um pênalti até meio infantil, e polêmico, e Barco empatou.

Na volta do intervalo, Paquetá fez grande arrancada e, aos trancos e barrancos, girou no choão para chutar, mas o goleiro pegou. Mas, diferente do primeiro tempo, o Flamengo se desestruturou na etapa final, principalmente, após a entrada de Vinícius Jr para a saída de Trauco. A partir daí, o rubro-negro não se encontrou mais.  Se Rueda vinha bem, nesse ponto, sua alteração ele desarrumou o time. Everton Ribeiro e Lincoln também entraram, mas não deram certo.

Em uma jogada perdida por Réver, Giglioti tocou por cime de César, e Juan salvou um gol certo. Em nova jogada aérea, Réver teve a chance de ampliar para o Flamengo, mas perdeu o gol. Gigliotti teve outra grande chance, mas chutou para fora. Na última chance do jogo, após um bate-rebate, Réver teve outra grande chance de levar o jogo para a prorrogação, mas chutou para longe. Tudo bem que o juiz deveria ter dado muito mais minutos de acréscimo, tanto pela cera quanto pelos atendimentos médicos. Isso no primeiro e no segundo tempos. Pelo menos uns sete, oito minutos ao todo.

Fim de jogo: 1 a 1, e Independiente campeão da Sul-Americana no Maracanã. Assim como foi na Supercopa de 1995: mesmo adversário e mesmo estádio. Méritos para o “Rei de Copas”, equipe organizada que conquistou sua 17ª conquista internacional.

                                          Foto:Twitter oficial da TV FoxSports 

Fica a lição para o Flamengo. Um time caro, que sofreu por falta de um planejamento melhor. Perdeu a Copa do Brasil por falta de bom goleiro. Perdeu a Sul-Americana por falta de jogadores que decidam. Everton Ribeiro e Diego não justificaram seus investimentos neste ano, assim como Geuvânio. Vizeu ainda é muito cru (que falta fez Guerrero!). 

Uns dos problemas são as laterais. Trauco (que hoje foi razoável, mas vinha muito mal) e Pará não acrescentaram em nada, pois não marcam e não atacam. William Arão erra muito na saída de bola. Houve méritos para o goleiro César (por que ele não entrou na Copa do Brasil???), a dupla de zaga, que, mesmo com idade mais avançada, se mostrou segura, e Lucas Paquetá: o menino foi um gigante nos últimos jogos.

Rueda, que acho que foi meio infeliz hoje, tem plenas condições de mudar a equipe no próximo ano. Mas mudanças profundas precisam ser feitas, desde uma barca de dispensas (não falta gente) à mudança de pensamento. O Flamengo precisa se organizar dentro de campo e fora dele, caso contrário, 2018 pode ser igual a 2017: milhões de reais gastos, com resultado melancólico!


P.S: O Flamengo perdeu título, e levou consigo as classificações de Vasco, Atlético-MG e Sport. 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Ainda dá, Flamengo! Mas é preciso ter 11 jogadores em campo....

O Flamengo iniciou o jogo da final da Sul-Americana contra o Independiente até de maneira animadora. Trocando passes, girando o jogo e travando o time argentino. Aos 10 minutos, Réver aproveitou falta cobrada por Trauco (a única coisa que o lateral acertou no jogo) e abriu o placar. Parecia no caminho certo. Mas só parecia.

Após o susto, o time argentino se encontrou em campo e passou a tomar conta do jogo. Descobriu que do lado esquerdo da defesa flamenguista, onde estava Trauco, era o caminho do outro. Benitez e outros jogadores ganhavam praticamente todas em cima do peruano, que, além de não ter ninguém para ajudá-lo, ainda estava mais perdido na marcação.

Do lado direito rubro-negro, a situação não era diferente. Pará não marcava e não subia, e Everton Ribeiro continua uma peça nula, como nos jogos anteriores. A mais cara contratação do Flamengo do ano ainda não justificou os R$ 23 milhões investidos. Errou tudo o que podia e o que não podia. Após perder a bola, originou contra-ataque do Independiente, que chegou rápido à frente e empatou com Gigliotti. A pressão argentina continuou até o fim do primeiro tempo, e o empate ficou de bom tamanho para o rubro-negro.

Na volta do intervalo, esperava-se um Flamengo diferente. Rueda, por incrível por pareça, não mudou o time, e viu a equipe brasileira não acertar nada. William Arão errava passes igual criança em primeiro treino da vida com bola. Até que, em boa trama em cima de Pará e Araão, o Independiente virou a partida, com um golaço de Meza, pegando de primeira na entrada da área.

Depois do leite derramado, Rueda resolveu mudar, enfim, e colocou Everton no lugar de Paquetá, que não estava nos melhores dias, mas tentava. Depois, tirou Diego para colocar Vinícius Jr, deixando em campo um nulo Everton Ribeiro. O time rubro-negro até pressionou nos minutos finais, mas não obteve sucesso.

                                          Foto: Twitter Oficial do Flamengo / Reprodução

Assim, o Independiente leva a vantagem para o jogo final, precisando apenas de um empate para ser campeão. O Flamengo tem condições de vencer o próximo jogo, no Maracanã, e sagrar-se campeão, afinal, uma vitória simples vai para a prorrogação (e até pênaltis), e por dois gols, leva a taça.

Mas, diferente do que aconteceu na argentina, terá que entrar em campo com 11 jogadores, e não com apenas sete, como aconteceu na Argentina, já que Arão, Trauco, Pará e Everton Ribeiro foram nulos, muito, mas muito abaixo.

Rueda, porém, precisa ver um pouco melhor. Everton Ribeiro, Arão, Pará e Trauco não fluíram (pelo contrário!!!), mas continuaram em campo sem rendimento. E o técnico rubro-negro não fez a terceira alteração, mesmo com o time necessitando de algo diferente.

De todo modo, a primeira partida da final foi um bom jogo de se vê. Sem catimba, confusão, truncado. Bela partida. De bom agrado. Dá para ganhar, Flamengo mas é preciso ter 11 em campo.

E a arbitragem? Muito boa!!! 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

No sufoco, na raça.... e nas mãos de César!

O placar agregado de 4 a 1 dá uma sensação de que foi fácil. Mas não foi. O Flamengo eliminou o Junior Barranquilla com duas vitórias (2-1 em casa e 2-0 fora), na Sul-Americana, não jogando um futebol vistoso, mas com muita raça e, de certa maneira, eficiente.

Esse segundo jogo então, foi, como diria Galvão, um “teste para cardíaco”. César entrou para ser titular no lugar de Alex Muralha (ainda bem!). No primeiro tempo, o time carioca teve uma boa jogada apenas, com Vizeu completando cruzamento e parando no goleiro. O Junior tocava mais a bola, fazia pressão, mas de maneira meio desordenada. César defendeu uma cobrança de falta difícil no início e já demonstrou segurança.

Na segunda etapa, o Flamengo voltou melhor. Apesar de os seus dois principais jogadores estarem muito, muito abaixo do normal (Diego e Everton Ribeiro, principalmente), o time suportava. E num lance isolado, Vizeu driblou o zagueiro, arrancou 52 metros e tocou debaixo das pernas do goleiro para abrir o placar.

Depois disso, o Junior buscou pressionar. Juan, um monstro na zaga, mostra-se cada vez maior na área defensiva. O Flamengo não conseguia puxar o ataque, Diego não criava, Everton Ribeiro perdia tudo. Sobrava para Paquetá, que correu para si e para seus dois companheiros. Até que veio momentos de tensão. César começou a sentir câimbras. A cada jogada, era um “deus nos acuda”.

Até que aos 42 minutos, veio a maior tensão. Pênalti para o Júnior, em lance bem duvidoso (houve outros dois que o juiz não marcou!). Chará, o jogador que deixava a zaga rubro-negra maluca na marcação, bateu forte. Mas lá estava... César! Mesmo sentindo, machucado, ele defendeu o pênalti. E ainda fez outra grande defesa no lance seguinte.

                                          Foto: Twitter oficial do Flamengo / Reprodução

Na saída do ataque, Rodinei recebeu de Diego, que cobrou falta rápida, e cruzou para Vizeu marcar o segundo dele e liquidar o Flamengo. Agora, a final é contra o Independiente, da Argentina. Os times revivem a final da Supercopa, de 1995. Lá, deu o "Rei de Copas". Agora.....

As partidas contra o Junior mostraram um Flamengo longe do futebol primoroso, mas uma raça e vontade que andavam sumidas da Gávea e que parece que estão retornando. É a chance de acabar com o jejum de 18 anos sem título internacional (o último, foi a Mercosul, em 1999, antecessora da Sul-Americana).

Na Colômbia, Vizeu fez o se espera de um atacante. Paquetá e Juan jogaram muito. Mas César foi fenomenal. César, César e César!!!!


P.S: Reinaldo Rueda, não demore demais para fazer as substituições. Isso quase mata a torcida! 

O milagre veio: Flamengo consegue virada histórica e se classifica na Libertadores

O Flamengo de Jorge Jesus precisava de um milagre! E numa noite daquelas no Maracanã,a mística rubro-negra parece ter ressurgido, e o time...