sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Segundo Sol: a novela que sai mais fria do que entrou


Quando estreou, Segundo Sol parecia que vinha com tudo. Com um primeiro mês memorável, de grandes ganchos e colocações de histórias que prometiam prender o telespectador até novembro. A trama de um cantor que se aproveitou da “morte” para ganhar dinheiro e o drama de uma mulher simples que teve que se separar dos filhos tinham tudo para dar certo, além de vilões na dose certa. Mas aí veio a segunda fase com situações difíceis de engolir, muitas delas rasas, e história cozinhando para conseguir chegar aos 155 capítulos.

A história de Beto foi esvaziando aos poucos, e a de Luzia, rodando em círculos. Afinal, foi presa duas vezes por crimes que não prometeu, além de ter que ficar se escondendo dos filhos até ser reconhecida. Aliás, o casal protagonista se escondeu sem ninguém ser reconhecido numa época em que basta dar um Googgle... Uma pena, já que Giovanna Antonelli, ótima atriz, viu sua personagem perdendo brilho em situações fracas e repetitivas.

João Emanuel Carneiro também já foi melhor em surpreender o público. O autor de “A Favorita” e “Avenida Brasil” talvez tenha se espelhado na novela anterior (a péssima “O Outro Lado do Paraíso”, mas estouro de audiência) para não passar pela crise de audiência pela qual passou em “A Regra do Jogo”. Aliás, a trama central de Segundo Sol nem chega aos pés de ARJ. 

A trama da família Athayde tinha tudo para ser destaque, e até foi, mas no caminho para o final, ficou inverosímel. A história de Roberval, que não sabia se era bom ou ruim, foi bem durante um tempo, depois.... A doença de Rochelle – da forma com que apareceu – e o interminável assalto só serviram para justificar o porquê do final feliz.

A relação incestuosa de Remy e Karola não chocou nenhum personagem; o trio Rosa-Ícaro-Valentim teve final incoerente. Por outro lado, a entrada tardia de Dulce na novela, que agitou as últimas semanas , foi a saída para que os segredos viessem à tona. A personagem de Renata Sorrah deveria ter aparecido antes. No quesito humor, Segundo Sol ficou no meio a meio. Clóvis e Goreti passaram longe.

                         Laureta, Rmey e Karola no último capítulo. Foto: TV GLOBO/ Reprodução GSHOW

Claro que nem tudo foi ruim. Pelo contrário. O bom texto de JEC (muito superior à novela antecessora) é um ponto forte; a direção também, apesar dos escorregões iniciais, assim como a trilha sonora. Algumas tramas foram bem desenvolvidas, apesar de não serem novidade, como o drama de Nice, que ascende na vida após conseguir se desvencilhar do marido opressor; o assédio sofrido por Maura; a corrupção entre os poderosos (Severo – Laureta – delegado Viana)...

O elenco, escalado a dedo, foi primordial para segurar a atenção. Até porque Adriana Esteves estar bem em cena (a melhor personagem) não é segredo; Emílio Dantas nada lembrou o bandido Rubinho de “A Força do Querer”; Debora Secco cresceu e se destacou; Chay Suede também foi muito bem; e claro, Letícia Colin, que roubou a cena. Não podemos nos esquecer de Fabrício Boliveira, Odilon Wagner, Roberto Bonfim, Vladimir Brichta, Fabiula Nascimento e tantos outros. Houve ainda as boas surpresas de Kelzy Ecard, Claudia Di Moura, Narcival Rubens e os demais. Todos saíram grandes dos estúdios.

Por fim, Segundo Sol foi a novela que prometeu esquentar o horário, mas sua temperatura foi caindo com o passar do tempo e vai terminar bem mais fria. O ponto positivo: foi superior à antecessora, mas não conseguir isso seria também quase impossível. Que João Emanuel volte mais inspirado na próxima.

P.S: Esse texto foi escrito antes do último capítulo. Que possamos ter um final menos óbvio e surpreendente.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Com lance decidido pelo VAR, Grêmio dá adeus à Libertadores


O VAR, tão necessário no futebol para fazer justiça, foi primordial para a decidir o primeiro finalista da Libertadores. Em lance decidido pelo vídeo, o River Plate virou para cima do Grêmio, fez 2 a 1 em Porto Alegre, e vai em busca do tetracampeonato. Ao time brasileiro, ficou a decepção de que a classificação para a decisão estava desenhada, mas o rascunho deu errado, e a pintura final teve uma imagem sombria e triste para os brasileiro. 

A classificação para a sexta final de Copa Libertadores da América estava próxima para o Grêmio. Afinal, depois de vencer o tradicional River Plate na primeira partida, por 1 a 0, na Argentina, o time brasileiro precisava apenas de um empate para ir à decisão. Mas o futebol tem seus dias em que o esperado é posto à prova. 

Os primeiros 45 minutos do Grêmio em Porto Alegre foram surpreendentes, mas não do lado positivo. O time argentino, precisando da vitória, foi para cima e trocou mais passes e chegou a assustar os brasileiros. A primeira etapa foi aquém do que os brasileiros estão acostumados a jogar, e os argentinos pressionaram. Mas, como o futebol não é ciência exata... Após contra-ataque, o time brasileiro levantou a bola na área, a pelota desviou no defensor argentino e sobrou para Leonardo chutar e fazer a Arena ir à loucura, aos 38 minutos. 1 a 0 Grêmio e vantagem ampliada.

Na volta do intervalo, o Grêmio voltou melhor e com aquele futebol que tem encantado a torcida e o país desde 2016. Renato Gaúcho corrigiu os erros, e o time se mostrou melhor. Assim como no primeiro jogo em Bueno Aires – quando colocou os anfitriões na roda –, o Grêmio também criou as melhores chances de marcar. Everton Cebolinha, destaque do time no ano, entrou na partida pôs fogo no jogo. E um dos lances capitais foi com ele, que teve a chance preciosa de ampliar o marcador e decidir a partida e a classificação. Parou no goleiro Armani. Aquele gol faria falta. 

“A bola pune”, já dizia Muricy Ramalho. E o futebol reserva surpresas. Após Marcelo Grohe fazer boas defesas, o River se animou foi em busca do resultado que precisava. Aos 36 minutos, Borré cabeceou forte e empatou a partida. A euforia da torcida gremista deu lugar ao nervosismo. Afinal, mais um gol do River Plate colocava os argentinos na decisão. E ele veio. Aos 41, o juiz Andrés Cunha consultou o VAR e marcou toque de mão do zagueiro Bressan dentro da área. Pênalti para o River e expulsão do zagueiro brasileiro. Depois de cerca de dez minutos de paralisação, Martínez converteu a cobrança e pôs os visitantes na frente do placar.

           Bressan não se conformou com pênalti marcado. Foto: Reprodução SporTV / Twitter Globoesporte.com

O baque foi forte. O Grêmio não conseguiu empatar e ficou de fora da decisão. O time brasileiro, que jogou melhor na maioria dos 180 minutos, viu a classificação escorrer pelos dedos. O estilo copeiro gremista, que estava meio adormecido e acordou com força em 2016 conquistando a Copa do Brasil e a Libertadores, ficou na semifinal. O sonho do tetra ficou para o ano que vem.

Agora, o Brasil, que entrou com vários times favoritos para conquistar a América, corre o risco de não ter representante na final. Nesta quarta (1º), o Palmeiras tem que reverter a vantagem de 2 a 0 que o Boca Juniors conquistou na primeira partida para ir à final. 

Na Libertadores das polêmicas administrativas e de lances de arbitragem, melhor, até agora, para os argentinos.


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Cruzeiro e Corinthians tiram os 'milionários' da decisão da Copa do Brasil


Após duas semifinais bem disputadas, mas sem muitos gols, Cruzeiro e Corinthians farão a final da milionária Copa do Brasil 2018. O time mineiro eliminou o Palmeiras, em Minas, e o Timão mandou embora o Flamengo, em Itaquera. Agora, resta saber se teremos um hexacampeão da Copa do Brasil ou um tetra, além, é claro, dos milhões de reais em jogo.

Em São Paulo, um limitado Corinthians foi mais efetivo do que o milionário Flamengo. Danilo abriu o placar aos 14 minutos após ótimo passe de Jadson. Quatro minutos depois, William Arão fez belo lançamento para Pará, que cruzou e contou com a má sorte de Henrique, que marcou contra. O time carioca começou a gostar do jogo e dominou o restante da etapa inicial, mas pecou novamente na efetividade. Equipe de Barbieri (e já era assim com Zé Ricardo, Reinaldo Rueda e Carpegianni) tenta, mas não consegue ser efetiva, balançar as redes.

No segundo tempo, o jogo permanecia da mesma forma: o Timão esperando e o Flamengo tocando. Até que Jair Ventura colocou Pedrinho. Com apenas 38 segundos em campo, ele recebeu e chutou na frente da zaga para fazer o segundo gol. Diego Alves parece que caiu meio atrasado. Apesar da pressão flamenguista nos minutos finais – teve um chute de Pará na trave aos 48 minutos –, o Corinthians segurou a pressão e foi à final. O ano que parecia "perdido" devido à crise econômica do clube e ao desmanche no time titular reserva emoções à Nação corintiana. 

Já o Flamengo, que já se gabou antigamente do “deixou chegar”, tem que conviver, mais uma vez nos últimos anos, apenas com o “quase”. Com atacantes inoperantes e falhas defensivas, rubro-negro vai ficando pelo caminho. Resta o Brasileiro, mas não inspira confiança. Aliás, há dois meses que o time carioca não rende. Caminha para mais um fim de ano melancólico, assim como em 2017.

                                             Foto: Twitter oficial do Corinthians
                                          
Já em Belo Horizonte, o atacante Barcos, que estava em um jejum até o jogo anterior contra o próprio Palmeiras, tratou de abrir o placar para o Cruzeiro e dar tranquilidade ao time de Mano Menezes. O jogo também foi bem disputado, com o Palmeiras tentando partir pra cima, mas sem muita objetividade. Fábio seguia fazendo boas defesas.

No segundo tempo, Felipe Melo deu esperanças ao time alviverde ao empatar a partida, mas o Cruzeiro segurou muito bem e mostrou por que tem se destacado em mata-mata desde 2017: frieza e resultado. Até porque o Palmeiras praticamente não chutou certo ao gol na etapa final.

Os "milionários" (pelo menos em investimentos no ano) Flamengo e Palmeiras ficaram pelo caminho. Agora, Cruzeiro (que também tem elenco caro) e Corinthians farão grande final da milionária Copa do Brasil. A Raposa ainda divide atenção com a Libertadores, e o Timão pensa somente na final inédita. Oitava decisão do Cruzeiro (recorde), e quinta do Corinthians. 

Grandes jogos estão por vir. Pelo menos, é o que esperamos. Pelo menos, melhores do que os das semifinais.

LAMENTÁVEL: o fim do jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, que terminou com confusão entre jogadores dos dois times. Atitude que não condiz com o esporte.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Copa do Brasil: teremos filme repetido na final ou decisão inédita?


Os jogos de ida da Copa do Brasil, no Maracanã e na Arena Palmeiras, levaram a campo 40 títulos dos dois principais campeonatos nacionais nas duas partidas.

Em São Paulo, o Palmeiras de Felipão enfrentou o cirúrgico Cruzeiro de Mano Menezes. O alviverde, que ainda não havia perdido sob o comando do pentacampeão, foi surpreendido em casa pela Raposa. Após milagre (mais um!!!) de Fábio, Dudu perdeu a bola e gerou um contra-ataque fulminante do Cruzeiro que, em toques rápidos, resultou no gol de Barcos, que desencantou. A lei do ex se fez presente.

O Palmeiras ainda teve chances no primeiro tempo (uma bola na trave) e seguiu pressionando na etapa final, principalmente. Apesar das tentativas do time da casa, o Cruzeiro segurou a vantagem, mesmo após a expulsão polêmica de Edílson aos 35 minutos. Fábio, de novo, fez excepcional partida e praticou grandes defesas. Aliás, é impressionante a fase do goleiro celeste! Pegando até vento! A trave também salvou os mineiros no finalzinho. Os palmeirenses reclamaram de um gol anulado no último lance.

O time mineiro jogará pelo empate, no Mineirão, para chegar à sua oitava final de Copa do Brasil, e em busca do sexto título. A Raposa tem uma vantagem - por ser segura na defesa e, mesmo não fazendo muitos gols e não sendo muito superior aos adversários – e está se mostrando cirúrgica nos confrontos de mata-mata. Estilo copeiro em alta. Ponto para Manos Menezes. Vai ser muito difícil para o Palmeiras reverter fora de casa.

                     Barcos desencantou e fez o gol da vitória do Cruzeiro. (Foto: Twitter oficial do Cruzeiro)

Já no Rio de Janeiro, o Flamengo jogou como vem jogando. Posse de bola, bola girando de um lado para o outro, jogadas aéreas, mas poucos gols. O time se mostrou de novo sem inspiração, jogadas ensaiadas e triangulações para chegar ao gol. Chegou muitas vezes na área do Corinthians, mas mais na afobação do que na técnica. A equipe de Maurício Barbieri chuta pouco de longe e, nas raras em que consegue fazer a bola chegar na cara do gol, falta um goleador para empurrar. Aliás, essa é a temática do rubro-negro nos últimos meses. Uribe e Vitinho, titulares, não corresponderam ainda. Henrique Dourado entrou, mas também não acrescentou muito.

Já o Corinthians jogou esperando o Flamengo para sair nos contra-ataques. No primeiro tempo, teve duas boas chances. Na primeira, após bola atrasada errada por Paquetá que Clayson desperdiçou. Na outra, uma tabela pela direita que passou na frente de Diego Alves. O Fla também assustou na etapa inicial. Paquetá parou em Cássio, que ainda fez outra boa defesa. Na segunda etapa, ficou mais nítido jogo ofensivo do Flamengo, mas sem grandes chances. Nas que conseguiu furar a defesa, Cássio segurou o empate para o Timão, que não assustou o goleiro adversário e pareceu que queria mesmo era não levar gol.

Para um jogo das duas maiores torcidas do país, ficou aquém na técnica, apesar da correria. Na volta, em São Paulo, qualquer empate leva para os pênaltis, e quem vencer, se classifica. Com apoio da torcida, o Corinthians pode ter uma leve vantagem, coisa que o rubro-negro não soube aproveitar com seus mais de 53 mil torcedores no Maracanã, mas terá que melhorar muito no ataque.

As semifinais estão indefinidas. Teremos a terceira final entre Cruzeiro e Flamengo em Copas do Brasil? Um clássico paulista? Um Palmeiras e Flamengo? Ou Cruzeiro e Corinthians? Façam suas apostas!

O milagre veio: Flamengo consegue virada histórica e se classifica na Libertadores

O Flamengo de Jorge Jesus precisava de um milagre! E numa noite daquelas no Maracanã,a mística rubro-negra parece ter ressurgido, e o time...